sábado, 21 de novembro de 2009

O DEVER DE INFORMAR AOS PAIS, MESMO QUANDO SEPARADOS


Toda instituição de ensino básico certamente já passou por uma “saia-justa” com algum pai de aluno que, separado judicialmente da mãe, exige obter informações sobre o rendimento pedagógico do filho, sua frequência às aulas e seu comportamento com os colegas. Sem entrar no mérito sobre os valores pessoais e familiares de cada um, convenhamos que qualquer pessoa minimamente responsável tem o direito de saber sobre a vida escolar de sua prole, mas o receio de desagradar o outro cônjuge, que detém oficialmente a guarda da criança, sempre trouxe incertezas aos gestores educacionais quanto a essa possibilidade e o teor dos dados passíveis de serem informados.

A recém editada Lei 12.013, de 6 de agosto de 2009, veio trazer maior clareza ao determinar diretamente às instituições a obrigação de envio de informações escolares aos pais, sejam eles conviventes ou não com os filhos. Na verdade, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069, de 13 de julho de 1990) já dispunha em seu Art.53, parágrafo único, sobre o direito dos pais ou responsáveis de ter ciência do processo pedagógico, bem como de participar das propostas educacionais praticadas, mas havia divergência de interpretação desse dispositivo pelos órgãos administrativos e judiciais, pois não estava prevista a comum situação da separação familiar.

A partir de agora, as notas, a frequência e o comportamento escolar do aluno matriculado serão obrigatoriamente informados a ambos os pais, independente de estarem ou não casados ou de morarem sob o mesmo teto, pois essa é a determinação legal que alcança tanto as instituições públicas quanto as privadas, uma vez que disciplina matéria jurídica de âmbito da família. Esse dever se estende às demais pessoas que legalmente figurarem na condição de responsáveis legais: tutores, curadores ou quaisquer outros que obtenham autorização expressa de um juiz para essa finalidade.

Entretanto, a situação não é a mesma caso esse ex-cônjuge venha a solicitar informações de caráter financeiro do aluno, pois não é raro haver atraso de mensalidades exatamente quando há dissolução do núcleo familiar. Nesse caso, deve prevalecer a relação comercial existente apenas com a pessoa que assinou o contrato no ato da matrícula, pois nossa obrigação de natureza civil se restringe ao contratante oficial. É junto a ele que nos obrigamos à prestação de serviços educacionais à criança que representa e com quem contraímos o crédito. O próprio Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990) impõe a obrigação de sigilo quanto a informações negativas, e o ato de pagar é uma exigência exclusiva do responsável financeiro, sem ingerência de seu (a) ex-companheiro (a).

A determinação legal também não se confunde com a questão da entrega dos alunos ao final das aulas. Isso deve ser previamente acertado por escrito, com base no cônjuge que detém a guarda formal da criança, especialmente das mais novas, indicando-se individualmente cada pessoa que está autorizada a retirá-la.

Contam-se aos milhares os casos de desavenças entre casais separados, que buscam quaisquer motivos para acusarem o ex-cônjuge de alguma irregularidade. A escola particular, por ser o principal núcleo de convivência da criança logo depois da família, acaba ficando suscetível a exigências ora razoáveis, ora descabidas, mas que só devem ser cumpridas com base nas imposições legais.

Texto de Célio Muller, publicado na revista Profissão Mestre.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Divulgando lançamento de DVD

Sexta-feira, 2 de Outubro de 2009
Nasceu! DVD Educação Especial
Olá pessoal,


Muitos puderam acompanhar meu dia a dia na criação do roteiro do novo DVD Educação Especial. Foram alguns meses de pesquisa e dedicação. Agora, "meu filho" finalmente está pronto e estou muito orgulhosa dele - e você já pode adquiri-lo aqui no blog. Foram muitos os pedidos e informações sobre o conteúdo. O menu está da seguinte forma, como coloquei no post DVD Educação especial:

- Inclusão
- Distúrbios (Dislexia, Disgrafia, Disotrtografia, Discalculia)
- Transtornos: subdivididos em... Transtornos do desenvolvimento
Transtornos do comportamento
- Síndromes
SÍNDROME DE KLINEFELTER
SÍNDROME DE TURNER
SÍNDROME DO TRIPO X
SÍNDROME DO DUPLO Y
SÍNDROME DE EDWARDS
SÍNDROME DE PATAU
SÍNDROME DO X FRÁGIL
SÍNDROME DE WILLIAMS
SÍNDROME DA DISTROFIA MUSCULAR DUCHENNE
SÍNDROME DE DOWN
- Deficiência auditiva
- Deficiência Intelectual
- Deficiência Física
- Deficiência Visual

Foram vários posts falando da importância da educação inclusiva, da diferença entre doença mental e deficiência intelectual, deficiência física e visual, transtornos...

Então, com a garantia de quem escreveu, pesquisou, entrou em contato com especialistas, acompanhou as gravações e fez testes, eu indico este material que já tem mais de 400 unidades vendidas! Você pode assistir a um trecho antes, basta acessar o banner "Assista a um trecho". Para comprar, clique no banner/imagem aqui do blog e adquira o seu em até 3X no cartão de crédito ou débito bancário.

Meu muito obrigada pelo carinho a todos vocês que me acompanharam no desenvolvimento deste produto e tiveram muita compreensão pelos dias que fiquei sumida daqui por causa dele!

Quem quiser divulgar também, entre em contato comigo ok?

Até

Entre em contato com o blog da Priscila:
www.priscilaconte.blogspot.com

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

PROFISSÃO PROFESSOR 2009

Não perca, todo sábado, às 10h, na TV Cultura, o programa Profissão Professor 2009. Parceria entre a Fundação Victor Civita e a Fundação Padre Anchieta, o Profissão Professor é produzido com base nos trabalhos vencedores do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10.

Assista o vídeo em:

Profissão Professor 2009

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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Revisão de textos


Língua Portuguesa

Conteúdo
Pontuação

Introdução
Ensinar a revisar textos é um conteúdo que deve ser tratado desde as séries iniciais. O aluno precisa incorporar tais conhecimentos gradativamente, ampliar e fazer uso deles com o objetivo de deixar seus textos mais comunicativos, ou seja, objetivos na comunicação de idéias. Para isso, é necessário que o professor:
· utilize diferentes tipos de textos pertinentes à série, colocando seus alunos em contato com bons modelos;
· selecione em qual aspecto da revisão (coerência, ortografia, acentuação ou aspectos coesivos e de pontuação) o aluno focará a atenção, já que não é possível tratar de todos os aspectos ao mesmo tempo.

Este plano de aula propõe uma atividade cujo foco é a Pontuação. Nem sempre os alunos chegam à correção plena dentro do que havia sido proposto. Mas o objetivo não é alcançar a perfeição. O que importa é apresentar questões pertinentes nas situações didáticas, fazendo com que a turma reflita e avance. Apresentamos a seguir uma sugestão de aula que pode se tornar uma atividade permanente, desde que se trabalhe com diferentes gêneros textuais a cada aula.

A revisão é um procedimento difícil para escritores iniciantes, pois requer distanciamento do próprio texto. As crianças nas séries iniciais são capazes de corrigir textos produzidos por outras pessoas mas, em se tratando dos seus próprios, dificilmente fazem uso desse conhecimento. Por isso, é interessante propor que as crianças comparem seus textos com os produzidos por outras pessoas e os analise em grupo. Isso deve ser feito em parceria e com quem já sabe fazer uso do procedimento da revisão. O professor deverá orientar o trabalho lançando questões que façam os alunos refletir e avançar, tais como:
· Onde começa e termina a fala de tal personagem?
· Por que você usou este ponto neste lugar?
· O trecho pontuado por vocês está fazendo sentido? Explique o sentido desta frase.
· Faz diferença usar a vírgula ou o ponto neste trecho? Por quê? Depois, cada agrupamento deve apresentar seu texto pontuado. Trata-se de uma ocasião rica para discutir e refletir, pois certamente surgirão diferentes formas de pontuar. Os alunos terão oportunidade de argumentar a validade ou não de cada trabalho apresentado.

Tradicionalmente, a gramática ensina que a pontuação é um conjunto de sinais que orienta a entonação da leitura em voz alta. Informações do tipo: "Usem o ponto final quando estiverem cansados. A vírgula serve para indicar uma paradinha. Usa-se ponto de interrogação para perguntar...", provavelmente estão embasadas na história da escrita, quando os livros eram escritos à mão, sem espaços entre as palavras e a leitura era feita em voz alta. Quem pontuava e dava um sentido ao texto era o leitor.

"A prática de leitura silenciosa disseminou-se a partir da produção de livros em escala industrial... Hoje, quando o texto impresso é formatado para ser lido diretamente pelo olho, sem precisar passar pela sonorização do que está escrito, esta função, de estreitar o campo das possibilidades de interpretação indicando graficamente as unidades de processamento e sua hierarquia interna, pertence ao escritor." (PCN - Língua Portuguesa - MEC/1997)

Objetivos
Com esta atividade o aluno deve ser capaz de:
· construir um comportamento revisor em relação a seu próprio texto e ao dos outros;
· perceber que a pontuação é um recurso utilizado pelo autor para orientar o entendimento do leitor;
· constatar que, na maioria das vezes, há mais de uma possibilidade de pontuação;
· desenvolver a capacidade de argumentação;
· desenvolver a atitude de colaboração.

Ano
3º ano

Tempo estimado
10 aulas

Material necessário
· lousa e giz (ou papel Kraft e pincel atômico; ou retroprojetor, transparência e caneta hidrográfica)
· papel e lápis

Desenvolvimento da atividade
Apresente um texto curto sem nenhuma marcação gráfica, como ponto, maiúscula, travessão, parágrafo etc. Piadas são bastante interessantes para o exercício, desde que os alunos tenham tido contato com esse tipo de texto;

- Peça aos alunos para que, em grupos (duplas ou trios), marquem as unidades que facilitem a sua leitura com algum sinal;
- Solicite que reescrevam o texto, utilizando a pontuação que julgarem adequada;
- Socialize para toda a turma as diversas possibilidades apresentadas pelos diferentes grupos;
- Discuta essa adequação, o significado e o entendimento do texto pontuado de diferentes formas.

Avaliação
Durante o desenvolvimento da atividade, é possível avaliar como o aluno:
· utiliza em outros contextos de produção escrita, os conhecimentos que constrói a respeito da pontuação (veja o 1º objetivo);
· usa seus conhecimentos diante do texto para pontuá-lo a fim de atribuir significado a ele (veja o 2º e o 3º objetivos);
· argumenta para defender o seu ponto de vista (veja o 4º objetivo);
· colabora com o grupo (veja o 5º objetivo)

Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIA
Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa: de 1ª a 4ª série, Secretaria de Educação Fundamental, Brasília, 1997
Por trás das letras, Telma Weisz, FDE, São Paulo, 1992

FONTE: REVISTA NOVA ESCOLA
Consultor: Leika Watanabe
Pedagoga

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Leitura compartilhada e debate



Língua Portuguesa

Conteúdo
Leitura

Objetivos
• Descobrir as relações entre o texto e as imagens.
• Confrontar com os colegas as diferentes interpretações de um mesmo verso.
• Expressar sentimentos, ideias e opiniões com base na leitura.

Conteúdo
• Leitura.

Ano
1º.

Tempo estimado
Uma aula.

Material necessário
Livro Mania de Explicação, de Adriana Falcão (Ed. Moderna).

Desenvolvimento
• 1ª etapa
Diga às crianças que o livro contará a história de uma menina muito esperta, que inventa explicações para todas as coisas. Ensaie a leitura do livro em voz alta. O texto está organizado em versos independentes uns dos outros. Isso faz com que a leitura possua ritmo próprio. É preciso ler cada verso, relacioná-lo à ilustração, dar uma pausa para o leitor produzir o sentido do texto e, em seguida, ler o próximo verso.

• 2ª etapa
Sente-se em uma cadeira e peça que os alunos se sentem no chão diante de você. Leia sempre com a ilustração virada para eles, para que todos vejam as imagens.

• 3ª etapa
Comece pela capa e pelo título. Deixe as crianças emitirem impressões espontaneamente e observarem a capa. Pergunte se alguém se lembra do comentário que você fez sobre uma menina esperta, relacionando-o ao título.

• 4ª etapa
Avise que você fará uma primeira leitura do livro e que ninguém poderá interromper – para construir um sentido global da obra. "Eu vou ler a história, vocês vão escutá-la com atenção, observar as ilustrações e depois faremos juntos os comentários, certo?" Não pule versos nem substitua palavras e expressões.

• 5ª etapa
Após a leitura, abra um espaço de intercâmbio. Ele pode começar por algum estudante de maneira espontânea ou por você, que se apresenta como leitora. Analise como as imagens contribuem para a produção de sentido e complementam o significado esboçado pelo texto. Outra intervenção pode ser a releitura, que serve a diferentes propósitos, como buscar pistas quando surgem interpretações divergentes ou criar relações entre texto e imagem.

Avaliação
Analise se as crianças escutam a história com atenção, comentam assuntos ligados a ela, relacionam as ilustrações ao texto e se manifestam preferências por trechos ou episódios específicos na própria aula ou, posteriormente, numa roda de conversa, por exemplo.

FONTE: REVISTA NOVA ESCOLA
Consultora Giovana Cristina Zen
mestre em Educação e Contemporaneidade, Supervisora pedagógica do Colégio São Paulo e coordenadora do Centro de Estudos da Lua Nova, ambos em Salvador, e formadora de coordenadores do Projeto Chapada, do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa.

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terça-feira, 9 de junho de 2009

A importância do autoconhecimento

A auto-estima oscila de acordo com as situações e principalmente em como nos sentimos em relação a cada uma delas. Mas o que faz com que algumas pessoas sejam mais seguras de si, mais estáveis emocionalmente enquanto outras se perdem, se desesperam quando algo acontece? O diferencial que faz com que cada um consiga ter controle sob suas emoções é o autoconhecimento.

O quanto você se conhece? Muito? Pouco? A maior parte das pessoas acredita que se conhece, mas na verdade se conhece muito pouco. Você ama ou confia em alguém que pouco conhece? Geralmente, amamos e confiamos apenas em quem conhecemos muito! E se você não se conhece, como quer acreditar mais em sua própria capacidade? Como quer ir em busca de seus sonhos, se não acredita ser capaz? E por que não acredita ser capaz? Porque não sabe quem você é.

Por isso, o autoconhecimento é fundamental para desenvolver o amor por si mesma e fortalecer a auto-estima. É muito difícil alguém se conhecer interiormente quando a busca está sempre no externo. Buscam cuidar da pele, mudar o corte do cabelo, comprar roupas, carros, eliminar alguns quilinhos, mas quase sempre esquecem que o caminho deve ser o contrário, de dentro para fora.

Quando uma pessoa está bem com ela mesma você percebe isso não pela roupa que está usando, ou o carro que está dirigindo, mas pelo brilho em seu olhar, o sorriso em seu rosto, a paz em seu espírito. Como alguém que dorme mal toda noite pode sentir paz? Como alguém que está constantemente se criticando, se culpando, se achando errada, pode se amar? Amar-se é condição básica para elevar a auto-estima. É importante identificar os fatores que estão te impedindo de elevar sua auto-estima.

Podemos perceber que a auto-estima está baixa quando desenvolvemos algumas características, como insegurança, inadequação, perfeccionismo, dúvidas constantes, incerteza do que se é, sentimento vago de não ser capaz, de não conseguir realizar nada, não se permitindo errar e com muita necessidade de agradar, ser aprovada, reconhecida pelo que faz e nem sempre pelo que é.

Se você identificou algumas dessas características, pode ser que esteja precisando aumentar seu autoconhecimento para, assim, elevar sua auto-estima.

Se quiser, faça o seguinte exercício:


Escreva dez coisas que você gosta em si mesma.

Depois, escreva dez coisas que você não gosta em si mesma ou que gostaria de mudar.

Qual lista foi mais fácil de completar?

A maioria das pessoas sente mais facilidade em identificar as coisas negativas. Aprendemos que dizer aquilo que gostamos em nós mesmos poderá ser rotulado de presunção, esnobismo, egocentrismo. Nada disso! Para aumentar o autoconhecimento é preciso ter consciência de quem se é de verdade, avaliando os pontos positivos tanto quanto os negativos, pois só assim será capaz de mudar aquilo que te incomoda ou te faz sofrer e valorizar o que tem de bom e que, geralmente, mergulhado em tantas críticas e cobranças, acaba por esquecer.

Continue o exercício:

Agora, observe as listas. Coloque um “i” nas características internas, ou seja, que dependam apenas de você reconhecê-las. E um “e” nas características externas, que dependam da opinião de outras pessoas.

Ao fazer o sinal (i ou e), o que você percebe? Há um equilíbrio entre eles ou você tende mais para um lado?

Se você tem mais características externas ficará mais vulnerável à opinião dos outros e, assim, mais facilmente manipulável. Dependerá cada vez mais de aprovação, mas infelizmente nunca da sua própria. Isso quer dizer que toda vez que algo que dependa no mundo externo ou de outras pessoas não correspondam a sua expectativa, você se sentirá frustrada e sua auto-estima tenderá a baixar.

Seu valor estará sempre na dependência do que dirão sobre você, não importando muito sua própria opinião. Por exemplo, quando você perde o emprego, quando recebe uma crítica, quando alguém se distancia de você. Tudo isso pode baixar sua auto-estima e você se sentirá incapaz de continuar e desistirá no meio do caminho. Abandona, assim, seus sonhos, seus objetivos.

Isso acontece quando a principal fonte de auto-estima está naquilo que faz pelo externo, sempre querendo fazer algo para as pessoas em busca de aprovação e reconhecimento. E esse é o caminho mais curto para se machucar. Dessa forma, você coloca todo seu valor nas opiniões ou respostas no mundo externo e, como quase sempre nada disso corresponde ao que espera e nem ao que você é realmente, você se permite depender cada vez mais de como te avaliam, gerando um círculo vicioso.

O importante é desenvolver a capacidade e ter a consciência de saber que o que faz é o reflexo de quem você é. Ao reconhecer seus pontos negativos, poderá mudar um por um. E reconhecendo seus pontos positivos, se sentirá mais confiante em sua capacidade de conseguir o que quer que deseje, independente das críticas ou opiniões que terão sobre você, pois acredita ser capaz de conseguir tudo o que deseja! E ainda que ninguém te aprove, você terá autoconhecimento suficiente para você mesmo se aprovar e, principalmente, se amar!

Rosemeire Zago, psicóloga clínica com abordagem jungiana. Desenvolve o autoconhecimento e ministra palestras motivacionais. Para entrar em contato com a psicóloga, mande um e-mail para r.zago@uol.com.br.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Educando a razão e emoção

Um poeta olha pela janela e observa a chuva, o frio, calor e todas as estações do ano e vê em cada novo dia novos versos se fazendo poesia. De igual modo, o professor deve ver seus alunos como um ser em constante transformação, valorizando suas especificidades.

Enquanto alguns têm facilidade para aprender, ver a beleza das letras e sua sonoridade, outros se debruçam com olhar atento para decodificar esse grande desafio que lhe é proposto. O aprendizado deve ser uma ação em que o professor lança as ferramentas e estimula, mas é o aluno quem deve edificar o conhecimento.

O socioconstrutivismo surge nesse contexto, ampliando a visão do professor para que ele fuja do ensino tradicional, no qual a criança é adestrada como um “bichinho” que não traz consigo conhecimentos anteriores à fase escolar. Propõe a construção do saber valorizando a realidade e a relação dos alunos com a família e em sociedade.

Rubem Alves diz que há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Refletir a prática e repensar a educação torna-se cada vez mais urgente e inquietante, afinal, o que queremos fazer com nossas crianças? Engaiolar ou dar-lhes asas para que voem e sejam críticas, com opiniões formadas sobre si mesmas, sobre a comunidade, sua escola, família e sobre o mundo? Não há limites para nossos alunos se eles percebem no professor coragem. Segundo Rubem Alves, a coragem para voar já nasce dentro do pássaro, não podendo ser ensinado, mas encorajado.

A educação traz emoção à medida que professor e aluno colocam-se em posição vertical em que as trocas de experiências vão criando significado a cada dia. Se formos professores apaixonados pela educação conseguiremos ver em cada rosto uma projeção do futuro sendo esculpida corajosamente no presente. A sala de aula não precisa ser um peso, mas uma experiência amorosa e gratificante.

Educar para sensibilidade é essencial e como educadora ouso escrever esse texto problematizando e levantando questões pertinentes sobre a prática educativa. Estamos no século XXI e muitos professores ainda tratam seus alunos como se nada soubessem, desvalorizando sua vivência. Educar é poesia, é ver no outro muito mais do que nossos olhos podem ver mergulhando na criança e fazendo com que perceba sua potencialidade.

Mergulhe no universo da educação para a sensibilidade e seja cúmplice do seu aluno revelando propostas para estreitar os laços onde ele perceba em você um incentivador. Vamos ser prudentes, pois não estamos em contato com máquinas e, sim, com crianças que choram, se emocionam e até se frustram mesmo que não saibam ainda definir o que sentem. O afeto pode revelar um caminho para o sucesso em sala de aula, mostrando-se eficiente e significativo.

Luciana Bruder é acadêmica de Pedagogia pela Universidade Estadual de Londrina.
JORNAL VIRTUAL PROFISSÃO MESTRE

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Panelinha: melhor ficar fora dessa

Se você faz parte de alguma panela, cuidado: além de pegar mal, você perde a oportunidade de se diferenciar e pode ser tachado de incompetente
Por JÚLIA DE MEDEIROS

Todos nós gostamos de nos sentir parte de um grupo. Seja em situações sociais, seja no trabalho. Em razão de uma série de afinidades, escolhemos as pessoas com quem iremos conviver mais de perto. Esse vínculo transmite a sensação de companheirismo, cumplicidade e proteção. No entanto, segundo a consultora de imagem Ilana Berenholc, fechar-se em pequenos grupos pode ser visto como algo negativo dentro das empresas a partir do momento em que o grupo passa a apresentar atitudes que demonstram hostilidade e preconceito em relação aos que estão de fora.

É inevitável que as pessoas se aproximem daquelas com quem se identificam mais. Porém, elas devem estar abertas e se mostrar acessíveis às outras. Quando isso não acontece, a imagem de um funcionário é afetada negativamente. Portanto, a participação nas chamadas “panelinhas”, tão comuns em muitas companhias, pode ser um passo em falso para qualquer profissional. “Dificilmente os integrantes de uma ‘panela’ são vistos como profissionais diferenciados ou de alto nível de desempenho”, afirma o professor Moacir Carlos Sampaio Silva, da área de psicologia social das organizações do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo, e da Fundação Dom Cabral, em Minas Gerais.

Na vida corporativa, o melhor é cultivar uma imagem de independência e de neutralidade, bem longe das “panelinhas”. Veja como:

Se você se sente excluído ou marginalizado por não fazer parte de uma “panela”, continue na sua. Nada pior do que implorar por atenção. Mostre-se “neutro” no ambiente profissional e demonstre sua capacidade de relacionar-se com todos.

Invista na neutralidade. Não se associe à “panela rival”, nem se posicione como alguém que reprova ou menospreza esses grupos. Às vezes eles têm poder e influência, por isso é melhor não bater de frente.

Se você participa de uma turminha e percebe que isso está queimando seu filme, a melhor alternativa é gradualmente administrar um afastamento. Encontre uma desculpa para almoçar e tomar café com outras pessoas. Isso só vai aumentar sua rede de contatos.

Dentro de uma empresa, o que faz sentido são os grupos formais. Um bom profissional se relaciona bem com seus pares e colegas e mantém esse relacionamento no plano estritamente profissional. Se você se vê frente a essa ou àquela pessoa com quem percebe ter bastante afinidade, nada impede que isso evolua para uma produtiva e saudável amizade.


FONTE: UOL

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Como lidar com alunos problemáticos?


É comum ouvir professores em reuniões pedagógicas comentarem a respeito dos alunos: “Aluno é a imagem do cão!”; “Escola boa é aquela sem aluno!”. Citado dessa forma, soa bastante ofensivo e relembra situações de guerra.

No cotidiano escolar, sabe-se que as relações interpessoais não são sempre positivas. A violência crescente na sociedade ultrapassa os muros escola adentro. Além disso, o contexto social, político e econômico brasileiros em que a escola está inserida, contribuem para o estabelecimento de relações interpessoais desfavoráveis e deletérias.

Nesse contexto, a sala de aula assemelha-se a uma arena de luta, cujos participantes, cada qual com seus problemas, disputam poder e lutam pela sobrevivência.

Para relacionar-se com alunos “problemas”, especificamente com problemas de comportamento e relacionamento, o professor pode agir de maneira ética, respeitosa, satisfatória, positiva e construtiva para o crescimento do aluno sem perder a autoridade, o afeto, sem ser permissivo ou, sem ser opressor.

O aluno identificado como “problema” por muitos professores é aquele que se comporta em aula de maneira a:

1. retrucar o que o professor diz;
2. indagar ou responder as perguntas do professor repetidas vezes;
3. objetar às observações e às avaliações contínuas do professor;
4. contestar as normas da escola;
5. esquivar-se de realizar atividades e tarefas propostas pelo professor;
6. rechaçar comentários dos colegas;
7. desrespeitar os valores do grupo, do professor, da escola e, enfim, da sociedade.

Para resolver positivamente as situações de conflito com os alunos, é útil ao professor:

1. Receber a queixa, dúvida, comentário, opinião, etc. Acolher o sentimento do aluno quando os expressa.

2.Observar a comunicação verbal e não-verbal do aluno. Ouvir atentamente o que ele diz e perceber como o diz. Observar o tom da voz, a respiração, a gesticulação, a expressão facial, etc.

3. Manter a segurança em si mesmo e o domínio de ações e palavras.

4. Dissociar na mensagem a fala ou o comportamento do sentimento e da intenção positiva subjacentes. O comportamento pode ser indesejado pela escola, pelo professor e pela sociedade, mas a intenção desse comportamento pode ser positiva, bem como o sentimento pode ser legítimo. Por exemplo:

a. quando o aluno se defende retrucando, o sentimento pode ser raiva, ou insatisfação, ou incompreensão; o comportamento pode ser a desobediência, a agressividade, a ironia, o desrespeito, a indisciplina;

b. quando o aluno não reconhece um erro cometido e se justifica agredindo verbalmente, a intenção positiva (para o aluno) é de autodefesa; o comportamento é de combatividade;

c. quando não realiza tarefas com argumentos de uma lista de problemas pessoais; o sentimento pode ser de frustração, de desmotivação, de fracasso, de carência afetiva, necessidade de ajuda; o comportamento é a indisciplina, ou preguiça, etc.

d. ao contestar o professor em aula com a defesa de outro ponto de vista, ou de outras teorias, a ação positiva desse comportamento pode ser ter a coragem e a capacidade de expressar-se verbalmente e promover o enriquecimento da aprendizagem, ampliando o conjunto de informações e o conhecimento da turma e do professor; o comportamento que deve ser corrigido é a forma de realizar a contestação e o momento adequado. Pode também aproveitar a oportunidade para desenvolver nos alunos a atitude de ter flexibilidade nas opiniões.

1. Começar argumentando no tom e no ritmo de voz do aluno, às vezes é necessário, mas diminui-los até finalizar demonstrando calma e tolerância.

2. Revelar para o aluno que entende o sentimento e/ou a intenção positiva, entretanto, que não concorda com (ou não aceita) a atitude ou o comportamento indesejado no contexto em que ocorre.

3. Valorizar os aspectos positivos da questão levantada ou da defesa apresentada pelo aluno.

4. Concordar com a intenção positiva do aluno e citar outros comportamentos mais adequados tendo em vista o convívio social civilizável e as relações interpessoais positivas.

5. Responder a pergunta com preceitos da doutrina, ou da área do saber, ou do conhecimento científico/técnico/tecnológico, ou ainda, conforme as regras, normas e valores da escola, socialmente estabelecidos.

Com isso, o professor evita entrar na armadilha emocional do aluno e ainda, contribui para auxiliá-lo no desenvolvimento das Inteligências Interpessoais e Intrapessoais propostas por Gardner, à medida que o aluno reconhece mais seus sentimentos e atitudes, aprende a lidar com eles numa perspectiva encorajadora e que escolhe modificar os comportamentos indesejados.

O sentimento, ou o ato ou efeito de sentir-se (Acepção extraída do Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 1.0.), deve ser considerado legítimo e, portanto, deve ser acolhido como manifestação humana autêntica. O comportamento é que pode ser modificado e/ou adaptado, uma vez que todo comportamento é adequado em algum contexto.

É preciso também que, conforme a teoria psicanalítica, o professor reconheça ser o alvo da transferência de amor e ódio dos seus alunos e saiba suportar esses sentimentos tendo em vista o seu papel para o desenvolvimento humano. Portanto, é preciso possuir auto-estima, auto-imagem, autoconceito, ou seja, é preciso Inteligência Intrapessoal. Além disso, o professor precisa de experiência e do contínuo aprimoramento das competências técnica/tecnológica/científica e pedagógica.

Danielle Paiva, é pedagoga licenciada pela Universidade de Brasília. Pós-graduada em Psicopedagogia

quinta-feira, 26 de março de 2009

segunda-feira, 9 de março de 2009

Refletindo as práticas de alfabetização e letramento



O termo letramento surgiu quando se tornou mais evidente o problema do "analfabetismo". A falta de conhecimento sobre leitura e escrita intensificou uma preocupação maior para que se gerasse questionamentos para discutir a problemática. Logo em seguida, perceberam que não bastaria apenas ler e escrever, mas usar esses conhecimentos adequadamente de maneira interpretativa.

Sabemos que há muita política envolvida na educação e esta vê o analfabetismo apenas como meros números e gráficos comparados gradualmente. Verdade seja dita: na maioria das vezes, se um cidadão "aprende" a escrever o nome, já não é mais considerado um analfabeto. Mas se pedirmos para o mesmo ler um texto e explicar o que leu, provavelmente não o fará, pois sabe até "decodificar" as letras e palavras, porém, não sabe interpretá-las.

O grande problema do Brasil é justamente de apenas se preocupar com os números de analfabetos, o que traz complicações para a imagem do País e cobranças de entidades estrangeiras que "lutam" pelos direitos humanos. Mais importante do que ensinarmos nossos alunos a ler e escrever é darmos subsídios para que estes compreendam a Língua como um todo - gramaticalmente, coloquialmente e colocando em prática nos diálogos do cotidiano. O oposto acontece em países de primeiro mundo como nos Estados Unidos, França e Inglaterra, onde o ensino fundamental é obrigatório (e com duração maior que o nosso - 10 anos nos Estados Unidos e na França, 11 anos na Inglaterra).

O letramento, em linhas gerais, pode ser definido "como condição de quem não sabe apenas ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita". (SOARES, 1998 apud SIMONETTI, p. 21).

Atualmente, devemos tratar o letramento e a alfabetização como processos distintos, porém, simultâneos e de certa forma "inseparáveis", já que remete ao outro. Ao fazermos uma profunda reflexão, descobrimos que o letramento nada mais é do que um processo de continuação da alfabetização. O mais certo é que o(a) educador(a) alfabetize letrando.

Temos consciência de que a escola não forma leitores sozinha, mas sabemos que a instituição é fundamental para ajudar nessa formação - até porque é um ambiente propício.

A tarefa de alfabetizar na perspectiva do letramento é colocar em prática no cotidiano a vivência com as crianças nas práticas de leitura e escrita e instrumentalizá-las, dando assim subsídios a elas para que estejam preparadas para usar os vários tipos de linguagem em qualquer tipo de situação.

É essencial que o(a) professor(a) amplie sua visão sobre a alfabetização e o letramento. É importante inserir os alunos no mundo da escrita, visitando a biblioteca, dramatizando histórias, porém, deve-se também inserir os(as) alunos(as) nas artes em geral - dança, pintura, música, etc.

Necessitamos de uma reflexão no campo educacional, principalmente no que se diz respeito ao ensino da leitura e da escrita para que possamos finalmente formar melhores leitores e escritores, letrados e alfabetizados. Esse é o maior desafio que temos como professores(as).

Um dos aspectos mais difíceis da arte de se alfabetizar alguém - seja criança, jovem ou adulto - é colocar em prática todos os subsídios teóricos que estudamos; recorrer aos teóricos para fundamentar e justificar o que fazemos e como fazemos em sala de aula.

Através de muitas leituras e de uma reflexão mais profunda, conseguimos identificar os prós e os contras de cada teoria, decidindo, assim, qual delas se adequa melhor a nossa realidade na escola.

"O aluno constrói o conhecimento da língua escrita, portanto, mais importante do que saber como se ensina, é saber como a criança aprende" (KLEIN, 2002, p. 93). Não devemos analisar apenas a nossa prática, mas também estudar o processo de aprendizagem da criança como um todo.

De acordo com os principais teóricos, tais como Piaget, Wallon e Vygotsky, podemos conceber a ideia de que o ser humano constrói seu próprio conhecimento a partir de uma interação com o mundo externo - cultura, linguagens e pessoas.

Podemos, então, observar que a aprendizagem acontece de maneira interativa, surge na interação dos(as) nossos(as) alunos(as) com a cultura e acontece também através do diálogo com as pessoas. No caso da escola, tal interação se dá: com os colegas de turma, com o(a) professor(a) e com os materiais pedagógicos.

É muito difícil para nós - professores(as) - definirmos uma prática "certa" aliada à teoria, geralmente a prática deve ser utilizada de acordo com o modelo de nossa sala de aula - prestando atenção nas suas maiores dificuldades e nos seus pontos positivos.

Viviane Maria Ferreira Faria é formada em Pedagogia (UEPB - UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA) e especialista em Linguística (FIP - Faculdade Integradas de Patos).
Revista Profissão Mestre, 107

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Classe hospitalar – Há espaço para o professor no hospital



Ao abrir a porta da enfermaria, já foi possível avistar Juliana, 9 anos, paciente da Ortopedia do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. Internada para um sério tratamento no quadril e nas pernas, a garota pouco se importava com os tensores amarrados aos membros, que a impediam de fazer qualquer movimento fora da cama. Toda sua atenção estava voltada para a tela do notebook colocado em seu colo, no qual, pouco a pouco, ela construía o resultado da pesquisa que realizou sobre o funcionamento do aparelho respiratório.

Com o acompanhamento da professora Sandra Carvalho, a menina montava uma apresentação da pesquisa, que teve início a partir da sua própria curiosidade sobre o ato de respirar. “Eu achava que eram duas veias que saíam do nariz e iam direto para o coração, e quando o coração batia mandava o ar para fora de novo”, conta. A partir da primeira hipótese da respiração feita pela menina, os professores do hospital a estimularam a pesquisar sobre o assunto, até descobrir a teoria correta. “Partindo da vontade dela de saber como funciona a respiração, nós levamos outros conhecimentos e ela estudou ciências, leu bastante, escreveu, e agora ela vai fazer uma apresentação em Powerpoint para mostrar aos colegas o que ela aprendeu. Isso significa disseminar conhecimento”, declara a assistente de coordenação do setor de Educação e Cultura do hospital, Maria Gloss.

É nessa linha que funciona o trabalho realizado pela equipe de professores do Pequeno Príncipe. Formado por quatorze educadores – entre professores das redes municipal e estadual de ensino, além dos profissionais contratados pelo próprio hospital –, o setor de Educação e Pesquisa existe formalmente desde 2000, mas o atendimento escolar já é praticado na instituição desde 1989. Essa prática é apenas um exemplo do que hoje se conhece como pedagogia hospitalar.

A primeira classe hospitalar do país surgiu na cidade do Rio de Janeiro, no início da década de 50, no Hospital Municipal Jesus, e se tornou referência nacional no âmbito da educação especial transitória por manter suas atividades em funcionamento ininterruptamente até os dias de hoje. A importância das classes hospitalares já é reconhecida legalmente por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado, na resolução nº 41 de outubro de 1995, que em seu item 9 fala sobre o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”. Em novembro de 2000, foi aprovada a lei 10.685, que determina que hospitais ofereçam às crianças e adolescentes um bom atendimento educacional, que permita o desenvolvimento intelectual e pedagógico, bem como o acompanhamento do currículo escolar. Porém, mesmo com a pr evisão legal, a prática não é corriqueira. Ainda não são todos os hospitais pediátricos brasileiros que dispõem de uma estrutura adequada. Em todo o Estado de São Paulo, por exemplo, há cerca de 35 classes hospitalares em funcionamento – um número considerado pequeno perto do número de internações infantis.

A pedagogia hospitalar é um assunto em voga. Desde o surgimento da lei de 2000, vários cursos de especialização na área foram surgindo no país, o que vem chamando a atenção de pedagogos e educadores que desejam exercer a profissão em outro espaço, fora da escola. Entre as matérias ministradas nos cursos de especialização, estão “Infecção Hospitalar”, “Brinquedotecas em Hospitais”, “Psicopedagogia Hospitalar” e “Políticas de Humanização dos Sistemas de Saúde”. Porém, a necessidade de um preparo especial para atuar em classes hospitalares levanta polêmica, principalmente entre os profissionais que já atuam no setor. “Particularmente, não acho que seja necessária a especialização em educação hospitalar. A nossa equipe é composta por quatorze professores, todos com anos de experiência em sala de aula, e não tem nada que nós façamos aqui que não tenhamos feito na escola. O que precisamos é de bons professores” , declara o coordenador do setor de Educação e Cultura do Pequeno Príncipe, Cláudio Teixeira, que é psicólogo e desde que saiu da faculdade trabalha com educação. No hospital, ele começou a trabalhar em 2000, quando a instituição passava por vários processos de humanização do atendimento. Em 2002, foi aberto o setor de Educação e Cultura, do qual ele assumiu a coordenação.

Cláudio explica que todas as atividades propostas às crianças internadas e o desempenho que elas alcançam estão em constante avaliação, dentro de um contexto pedagógico. A partir do quinto dia de internamento da criança, os professores já iniciam o trabalho com o novo aluno. Todo o acompanhamento pedagógico é feito pela equipe do hospital, mas a escola da criança é sempre notificada do trabalho que está sendo realizado durante o internamento. Essa conexão escola-hospital permite ao aluno o acompanhamento do conteúdo que está sendo passado à turma a qual pertence. “Nós sabemos que essas crianças estão aqui para um sério tratamento de saúde, e esse é o foco. A qualquer momento ela pode ser chamada a fazer um exame ou uma cirurgia. Por isso, não são elas que vêm até nós. Nós vamos até elas, levando atividades educacionais e culturais na enfermaria, no isolamento ou no corredor”, declara o coordenador. Duran te o período de internamento, o professor registra tudo o que foi trabalhado em uma ficha de tutoria. Após a alta, o educador escreve um parecer, que é enviado à escola junto com todas a atividades desenvolvidas pelo aluno no hospital. Esse documento auxiliará a instituição de ensino no processo de readaptação da criança ao dia-a-dia escolar.

Entre as várias opções de atividades oferecidas pelo hospital, uma que se destaca é a “Ciranda do Saber”, em que um paciente faz uma apresentação sobre determinado tema que pesquisou. A atividade acontece na sala própria do setor e reúne crianças, adolescentes, pais, acompanhantes e professores em uma grande roda de conhecimento. No dia da visita da reportagem ao hospital, estava acontecendo uma ciranda sobre o Egito, apresentada por uma paciente da ortopedia, estudante do 2º ano do ensino médio. O que mais impressionava nos pacientes que acompanhavam a apresentação da colega era a curiosidade que saltava em seus olhos, a sede de aprender, de descobrir, que vencia a fraqueza e as doenças. Por isso, o ambiente não assusta – encanta. Principalmente por uma característica importante de qualquer classe hospitalar, seja ela onde for: a diversidade, um desafio para muitos professores.

Foi essa característica que conquistou de vez a professora Maria Gloss. Há três anos trabalhando no hospital, depois de anos de trabalho em escolas municipais de Curitiba, Maria declara que foi ali que ela encontrou a escola que procurou a vida toda. “Aqui a gente tem a oportunidade de trabalhar com a vida. É a escola mais saudável que eu conheço. Isso parece muito dual, porque eu estou dentro de um hospital. Mas é um espaço de cura até para a escola, o que eu vivencio aqui é isso”, emociona-se.

Também foi nessa diversidade que a professora Eneida Simões da Fonseca se realizou profissionalmente. Para Eneida, que é PhD em Desenvolvimento e Educação de Crianças Hospitalizadas pelo Institute of Education – University of London e tem mais de vinte anos de experiência na área, o professor que deseja trabalhar no âmbito hospitalar precisa de sensibilidade para atender as necessidades e interesses que emanam na diversidade. “Há duas características essenciais a um professor no ambiente hospitalar. Uma é estar consciente de que há um espaço para ele no ambiente hospitalar. Para tal, não deve esquecer que isto implica uma outra característica, que é o compromisso com o direito da criança doente à escolaridade. Acho um equívoco o professor ter que dominar aspectos médicos. O que é necessário é o domínio da transdisciplinariedade, da diversidade dos alunos, para atender suas necessidades de aprendizado”, de clara.


Por Renata Sklaski, publicado na revista Profissão Mestre.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

domingo, 1 de fevereiro de 2009

INICIANDO O ANO COM ALEGRIA

ALGUMAS BRINCADEIRAS








Meu colega é assim...
Diga à classe que todos vão ganhar um retrato. Pregue na parede uma folha de papel Kraft da altura da criança. Posicione o aluno de modo que fique encostado na folha e, com um lápis, desenhe o contorno do corpo dele. Estimule a turma a dizer como é o cabelo, o rosto, se usa óculos etc. Durante a atividade, repita muitas vezes o nome do aluno, para que os colegas memorizem. Faça o retrato de todos. Por fim, peça a um colega que desenhe o seu contorno, repetindo o processo de observação, para que as crianças também se familiarizem com você. Pendure os desenhos na parede e elogie o grupo. Nos dias seguintes, logo na entrada, pergunte à classe quem é cada um dos colegas desenhados e se ele está presente. Se estiver, ganha uma salva de palmas. Deixe os papéis expostos por algum tempo. É importante para os pequeninos que suas produções permaneçam ali até eles se sentirem pertencentes ao grupo e ao ambiente. Recomendado para: Educação Infantil
OS MATERIAIS QUE IREMOS USAR

Esconda na sala sacos ou embrulhos contendo materiais diversos que farão parte do cotidiano da meninada. Pode ser, por exemplo, livros, jogos, pincel, tesoura ou um pouco de argila. Peça às crianças que procurem, em duplas, pelos objetos. Isso já estimula a cooperação entre elas. Oriente a busca dizendo quente, se o que procuram está perto, morno, se está a uma distância média, ou frio, quando estiver longe. Depois que todos os pacotes forem encontrados, pergunte que atividades podem ser feitas com os materiais e aproveite para explicar melhor a função de cada um. Mostre como e onde eles ficarão guardados, chamando a atenção para a importância de manter o ambiente de trabalho sempre bem organizado.

MEU NOME É...


Faça crachás com o nome das crianças e coloque no chão da sala, no meio de uma roda. Peça que cada uma identifique seu nome. Incentive o reconhecimento das letras iniciais, conte quantas letras compõem cada nome e faça com que elas percebam letras iguais em nomes diferentes. Quando todas já estiverem com crachá, comece um gostoso bate-papo sobre as preferências de cada um quanto a um tema predeterminado (como alimentos, brincadeiras, objetos ou lugares). Agrupe as crianças de acordo com as afinidades. Na etapa seguinte, peça aos alunos que desenhem aquilo de que gostam em uma folha e coloquem o nome. Quem não souber escrever sozinho pode copiar do crachá. Depois de prontos, os desenhos são mostrados aos colegas e, em seguida, expostos no mural. Com os alfabetizados, a dinâmica é a mesma, mas, além de desenhar, eles podem fazer uma lista de suas preferências.
Recomendado para: Educação Infantil

EU SOU ASSIM


Peça aos alunos para trazerem uma caixa de sapatos, que será transformada em caixa postal. O primeiro passo é fazer um corte horizontal em uma das laterais menores da caixa, por onde vai passar um envelope. Em seguida, numere-as e determine quem será o dono de cada uma. Diga a todos que memorizem o próprio número. Depois de prontas, coloque as caixas sobre a sua mesa. Numa segunda etapa, organize um sorteio. Cada estudante vai retirar de um saquinho um número, que será o da caixa de um de seus colegas, para quem ele escreverá uma carta. A mensagem deve ser anônima. No texto, o aluno se descreve fisicamente e escreve um pouco sobre seu dia-a-dia e seus gostos. O importante é dar informações suficientes para o destinatário adivinhar quem ele é e, de quebra, conhecer um pouco mais sobre sua vida. Ninguém pode ver o colega depositar a carta na caixa. Caso contrário, acaba o mistério sobre o remetente. Recomendado para: 1ª a 4ª séries

QUEM É MEU PROFESSOR?



Organize uma entrevista para que os alunos conheçam você melhor. Divida-os em grupos e solicite que elaborem questões como se fossem repórteres. Diga que as perguntas podem ser sobre sua idade, se tem filhos, quanto tempo tem de profissão ou onde mora, por exemplo. Prontas as questões, sente-se num local da sala onde todos possam vê-lo bem para respondê-las. Avise que todos deverão trazer, no dia seguinte, um breve texto sobre tudo o que lembrarem. Assim, eles prestam atenção. Na próxima aula, sorteie algumas crianças para ler a produção escrita e peça que as demais avaliem e complementem se necessário. Proponha essa atividade depois de promover a apresentação e o reconhecimento do espaço físico da escola (a seguir). Recomendado para: 1ª a 4ª séries

TURISMO NA ESCOLA


Se a sua turma for de 1ª a 4ª série, divida os alunos em grupos. Esse é um bom momento para integrar os novatos. Deixe-os junto aos veteranos, que devem se comportar como verdadeiros guias e anfitriões. Em cada folha de papel, descreva um local da escola, coloque os textos em uma caixa e organize um sorteio. Cada grupo retira um papel e tenta adivinhar qual é o local descrito. Em seguida, desafie os grupos a encontrar os locais sorteados. Chegando ao destino, os alunos desenham o ambiente com o máximo de detalhes, escrevem o nome dos funcionários que trabalham lá e a sua função. De volta à classe, os grupos trocam observações e registros e expõem suas produções. Num segundo momento, peça a eles que produzam um mapa da escola (com a sua ajuda, é claro) numa folha de cartolina. Em cada local específico do mapa, os desenhos são fixados. Estimule os grupos, nos dias seguintes, a visitar as dependências que ainda não foram percorridas. Em turmas de 5ª a 8ª séries, a garotada pode fotografar esses lugares e fazer entrevistas mais longas com os funcionários. Nesse caso, você não precisa fazer o mapa e pode pedir textos detalhados sobre os diversos pontos turísticos da escola.
Recomendado para: 1ª a 8ª séries

DIREITOS E DEVERES


Já nos primeiros dias, estabelecer os famosos combinados pode evitar problemas e garantir um bom relacionamento ao longo do ano. Comece discutindo com a garotada o que espera do ano que se inicia e qual a melhor maneira de trabalhar em grupo para alcançar esses objetivos. Formule com todos (e escreva no quadro) a continuação das seguintes frases: Temos direito a... e Somos todos responsáveis por.... Lembre-se de que a declaração de direitos e deveres deve ser inspirada nas normas gerais da escola que os alunos precisam conhecer e ser focada no que deve ser feito, e não no que é proibido. A etapa seguinte é descobrir o que as outras turmas da escola combinaram. A troca de informação, além de enriquecer os tratados feitos por eles, promove a integração com colegas de outras classes. Ao terminar, peça a cada um que copie os tratados e cole na agenda. Assim, o texto estará sempre à mão. Além disso, os estudantes podem produzir dois grandes cartazes em cartolina para pendurar na parede da classe.
Recomendado para: 1ª a 8ª séries

O QUE VAMOS APRENDER



Todo ano é a mesma coisa: o que esperar da série que se inicia? Uma situação desconhecida sempre dá um friozinho na barriga. Para baixar a ansiedade da meninada, registre no quadro algumas dúvidas e expectativas do grupo sobre o trabalho na nova classe e convide alguns estudantes da série seguinte para respondê-las. Deixe que falem livremente sobre as suas impressões e vivências como ex-aluno da série. Esse intercâmbio, logo no início, deixa a turma mais tranqüila e segura e valoriza a cooperação e a interação entre diferentes classes. Recomendado para: 1ª a 8ª séries
Fonte: Revista Nova escola - edição de 2005

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Presente do blog Divertindo com Amor



AMEIIIIIIIIIIII!!! Muito obrigada, amiga Zandrinha, do blog Divertindo com Amor.

Desta forma, repasso para outras amigas que amam a educação!

Copiem este selinho em seus blogs e indiquem outros blogs para recebê-lo!

Regiane

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

PREPARANDO A SALA PARA RECEBER OS ALUNOS

Olá, pessoal!

Escolhi vários modelos de enfeites para preparar a sala de aula. Muitos deles foram enviados pela amiga Cybele/MG que também recebeu de outra amiga... Espero que gostem!!!

CAPAS PARA CADERNOS


MARCADORES DE LIVRO


ESTOJO


CRACHÁ


PARA A PORTA




CAPAS PARA CADERNOS




KIT ABELHINHA


KIT JOANINHA


PREGADORES