quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008




Teatralizando a literatura

Por Cybele Meyer

É através da leitura que as pessoas têm oportunidade de aprender a pensar e até a sonhar. A pessoa que desenvolve o hábito da leitura está abrindo uma porta gigantesca para experiências de vida onde a criação do autor pode ser desfrutada a qualquer hora, em qualquer lugar e quantas vezes quiser. Esta criação é compartilhada através do tempo se tornando imortal.


Através da leitura se tem acesso ao conhecimento.


Este mesmo encantamento ocorre com as crianças ao ler ou ouvir uma história. Quando a criança se identifica com a mensagem transmitida pela história, a escuta inúmeras vezes com a mesma atenção e interesse.




O contar histórias exerce uma magia no indivíduo estimulando-o a ler. Este estímulo o colocará em contato com diversos gêneros de leitura como os contos, crônicas, fábulas, lendas, parábolas, poemas, prosas e outros, tornando a leitura um hábito em sua vida, propiciando-o ser um multiplicador de conteúdos.




Saber contar histórias é ter criatividade para dar vida aos personagens. É criar um ambiente de encantamento, de suspense ou mesmo de emoção. É fazer a pessoa viajar através das palavras sentindo-se parte da história.




O ser humano sempre adorou contar histórias. O hábito de contar história, melhor dizendo, contar lendas, é milenar tendo origem antes mesmo da escrita a qual eram passadas de geração para geração através da fala onde cada um dava seu toque pessoal.


O conto de fadas, desde os seus primórdios, e sabe-se que “Cinderela” já era contada na China no século IX d.C, teve sempre a preocupação de enfatizar a discriminação social, a luta pelo poder, o “conseguir” num vale tudo, bem como a presença da maldade, dos maus tratos aos frágeis como crianças e menos afortunados, em suas buscas incansáveis e na solidão do abandono e da rejeição.




Mas também atravessou séculos exaltando valores essenciais ao ser humano como o amor, a solidariedade, a justiça, a compreensão e o bem como vencedor.


Esta linguagem simbólica que envolve personagens e enredos acaba agindo no inconsciente das crianças vindo a auxiliar na resolução de conflitos internos tão normais na infância.


O maniqueísmo envolvendo os personagens, tanto para o bem quanto para o mal, facilita a compreensão da criança no que diz respeito aos valores básicos para uma vida equilibrada em sociedade.




A intenção é justamente esta, de levar a criança a se identificar com o herói que é bom. Este sentimento trará uma sensação de segurança e proteção contribuindo para que a criança adquira o equilíbrio quando adulto.


As histórias infantis tiveram sempre por finalidade a união do lúdico com o pedagógico.


Existem muitos recursos que ao serem utilizados em classe nas aulas de literatura, roda de leitura e outros, facilitam a imaginação criadora do aluno resultando diretamente na produção de texto. Um destes recursos é a teatralização o qual jogar com a voz faz imaginar a presença de diferentes personagens; alterá-la diante dos diversos estados emocionais provoca a sensação de tristeza, de dor ou de alegria. Os gestos caracterizam cada personagem. O fundo musical, o cenário composto, os efeitos sonoros e muitos outros atributos podem ser usados na representação de uma história literária.




Enfim, todos os recursos são válidos para que se desenvolva na criança o hábito da leitura. E se o adulto ainda não o desenvolveu, sempre é tempo.


A poesia nos envolve com seu perfume inebriante
Não se deve inibir que aflore a poesia existente dentro de cada ser humano.
A poesia e fonte de sensibilidade e de fantasia.
A criança desde o seu nascimento tem contato com a poesia através das cantigas de ninar. As cantigas de roda, as parlendas, os trava-línguas são poesias puras. A rima, um dos acessórios da poesia, agrada muito as crianças.
O exercitar a rima faz com que as crianças se mantenham atentas à sonoridade das palavras e o ritmo, ao ser bem marcado, proporciona a interação com a cadência dos versos.
A poesia é fonte inigualável de criatividade a qual a criança se sentirá instigada a aguçar sua sensibilidade na tentativa de criação dos versos que comporão as estrofes.
O objetivo de se trabalhar a poesia com as crianças está longe da intenção de se formar poetas, mas sim de expandir a linguagem poética que poderá incidir sobre os mitos, contos, fábulas, lendas e tantos outros.
As crianças adoram brincar, imaginem a delícia que é brincar com as palavras!
Qualquer um pode brincar de poesia. Uma bela canção é poesia musicada, o final da história “entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra” é poesia, “E viveram felizes para sempre!” é poesia pura.
Já dizia o poeta que a poesia é a voz da alma. É quando se pode falar das coisas, não como elas são, mas como gostaríamos que fossem. O poeta tem o dom de dar vida às coisas. É por esta razão que a poesia ao ser trabalhada com a criança aproxima-se muito do mundo imaginativo e a linguagem metafórica, que a extasia, também exerce a magia de estreitar os laços com o mundo adulto ao perceber que o homem também é capaz de pensar como menino.
Trabalhar poesias em sala de aula não é tarefa fácil, porém aflorando a sensibilidade, e esta se unindo à imaginação poderá dar excelentes resultados.

2 comentários:

Profª Lieth disse...

Rê, como vc bem sabe, acredito completamente nas estratégias de leitura propostas pela Cybele Meyer. Que bom seria se todos se apropriassem destas idéias...
Bj
Li
Ah... adorei as sugestões para a Páscoa, obrigada!

Anônimo disse...

Olá, Regiane!
Tudo indica que este ano será muito melhor que 2007, pois está com ânimo e corda toda! Parabéns! Continue assim. Logo faremos uma reunião e espero termos muita coisa para exemplificar.
Mais uma vez os alunos estão com sorte! Professor de qualidade!
Que Deus lhe cubra de Bênçãos para que continue transmitindo aquela alegria, paz e confiança no trabalho.
Um abraço,
Maria Lucia